Brasil já teve grandes cassinos entre o período imperial e a Era Vargas

A primeira coisa que se pensa quando se fala em cassinos entre os brasileiros são as localizações estrangeiras, sejam elas perto daqui, como em Punta del Este, no Uruguai, ou então mais longe, como em Las Vegas, nos Estados Unidos. Porém, o que muita gente não sabe é que o Brasil já teve grandes cassinos antigamente, desde o período imperial até a Era Vargas.

A chegada dos cassinos no Brasil aconteceu juntamente com o início da presença da corte portuguesa no país. Com eles vieram os costumes europeus, que se baseavam também na tradição de jogos. Essa era dos cassinos durou até 1917, já que a prática das apostas passou a ser proibida durante o governo de Venceslau Brás. Mesmo assim, os jogadores não desistiram da ideia e continuavam as apostas de forma clandestina.

A legalização dos cassinos só voltou a acontecer em 1934 com a presença de Getúlio Vargas no poder. A partir desse momento, as casas de apostas tiveram uma década de benefícios para o Brasil, que além dos termos de entretenimento, recebiam diversos turistas e acabaram gerando cada vez mais empregos. Os cassinos não tinham apenas jogos, eles também contavam com diversas atrações nos palcos para atrair a elite, com nomes como Grande Otelo, Carmen Miranda, Luz del Fuego, Elvira Pagã e Virginia Lane.

Os maiores cassinos brasileiros ficavam situados na capital brasileira da época: o Rio de Janeiro. Um dos mais famosos até hoje é o Cassino da Urca, fundado em 1933, que ficava de frente para a Baía de Guanabara. Essa casa de apostas também recebia nomes conhecidos nos espetáculos, como foi o caso de Elis Regina, que viveu o auge de sua carreira nele. Em Copacabana também existia o Cassino Atlântico e o tradicional Copacabana Palace, que hoje trabalha apenas com a hotelaria. Estima-se ainda que existiam mais de 70 cassinos naquela época, espalhados por todo o país.

A segunda vez que os cassinos foram proibidos foi em 1946 depois de um decreto de lei estabelecido pelo presidente Eurico Gaspar Dutra. Muitos acreditam que ele tenha sido influenciado pela sua esposa, que era contra os jogos e muito religiosa. A maioria dos estabelecimentos da área não conseguiram sobreviver de outras maneiras e não existem mais.

Ainda hoje, com o marco de mais de sete décadas depois, os cassinos continuam sem a legalização no Brasil. Os adeptos alegam que a liberação das casas traria uma geração de empregos e de impostos para o governo. As pessoas contrarias dizem que prática vai contra a religião e é associada à corrupção e lavagem de dinheiro. O que acontece no país é o crescimentos dos cassinos online, que não tem nenhuma lei de proibição.

Para aqueles que ainda querem apostar em cassinos físicos, a dica é ir para os países vizinhos, já que grande parte dos locais da América do Sul contam com a legalização. Existem boas opções em Foz do Iguaçu, tanto do lado paraguaio quanto argentino. Também há o Casino Buenos Aires, que fica ancorado em um navio em Puerto Madero. E não se pode esquecer das duas maiores referências do continente: Punta del Este, no Uruguai, e Vinã del Mar, no Chile.