CBF e federações estaduais estão em conflito em função dos protocolos adotados pela pandemia

As novas medidas de prevenção criadas em função da pandemia do coronavírus acabaram causando um conflito interno entre a CBF e as federações estaduais de futebol. Com a ideia de melhorar a testagem dos jogadores e da comissão técnica das equipes participantes de competições nacionais, a entidade reformulou alguns pontos do protocolo, mas cinco presidentes de federações reclamaram das centralizações das decisões.

A situação piorou depois da obrigatoriedade do CSA de entrar em campo pela Série B do Campeonato Brasileiro para enfrentar o Guarani. O clube alagoense teve oito jogadores com teste positivo para a doença na véspera do jogo. O vice-presidente da entidade, Gustavo Feijó, não concordou com a decisão da CBF, que seguiu com a partida mesmo depois do pedido do clube de adiar o confronto.

Um dia depois, o Goiás também teve testes positivos para Covid-19, quando 12 atletas foram diagnosticados com a doença. O clube goiano entrou com um pedido de adiamento do confronto contra o São Paulo no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e entrou em contato com a CBF.

Com a argumentação de que a entidade máxima do futebol brasileiro não poderia ter critérios diferentes entres os clubes, Feijó telefonou para o presidente da federação paulista, Reinaldo Carneiro. Na ligação, o pedido foi para que o dirigente convencesse o São Paulo, já em campo, a não aceitar a transferência da partida, mas a atitude foi em vão, já que o adiamento aconteceu.

A reação de Gustavo, que é pai do presidente da federação alagoana, Felipe Feijó, repercutiu entre várias federações, que apoiaram a posição do vice-presidente. Uma grande troca de mensagens aconteceu entre mais da metade dos dirigentes das federações, que deixaram claras as críticas para a CBF. Mesmo com o adiamento das duas próximas partidas do CSA, contra a Chapecoense e o Cuiabá, Feijó continua em contato com os presidentes das federações.

Foto: Marcos Vidal/Futura Press