Pandemia pode ter beneficiado Paris Saint-Germain e Bayern de Munique na chegada à final da Champions League
Com as mudanças nos calendários de todas as competições do mundo em função da pandemia do coronavírus, algumas equipes tiveram benefícios de acordo com as decisões de cada país. Como é o caso de Paris Saint-Germain e Bayern de Munique, que disputam a final da Champions League no domingo. Antes, nas semifinais, mais um time francês e um alemão estavam na disputa.
Na temporada de 2019/20, os atuais finalistas da competição europeia fizeram menos de 50 partidas, enquanto Manchester City e Barcelona, por exemplo, ultrapassaram esse número. Ou seja, PSG e Bayern tiveram menos desgastes físicos e mais tempo de treinamento. Com o encerramento da Liga Francesa em março, os times do país ficaram cerca de quatro meses parados. O Paris só voltou aos gramados no fim de julho, quando disputou um jogo pela Copa da França e outro pela Copa da Liga.
O Campeonato Alemão, por sua vez, também foi suspenso em março, mas a retomada aconteceu em maio. Campeão do torneio, o Bayern fez uma última partida no início de julho e depois deu férias ao elenco até o retorno da Liga dos Campeões. Enquanto isso, a maioria dos times ingleses, espanhóis e italianos tiveram um calendário bem mais apertado, com dez jogos em torno de 40 dias. O que também justifica as boas atuações do Lyon e do RB Leipzig, que foram eliminados apenas nas semifinais e fizeram uma campanha histórica.
“O Campeonato Francês terminou e os times puderam descansar. A Alemanha foi o primeiro país a recomeçar o calendário. Por isso, tiveram tempo até de dar férias ao elenco e depois se preparar para a fase final. Outras equipes até semanas atrás ainda estavam disputando os títulos em seus países. Barcelona e Juventus demonstraram cansaço e Lyon e RB Leipzig se deram bem”, ressaltou o francês Luis Fernández, ex-jogador e ex-técnico do PSG, em entrevista ao Estadão.
O treinador campeão mundial com a seleção brasileira em 1994, Carlos Alberto Parreira, falou sobre as vantagens que os times alemães e franceses tiveram na pandemia. Além disso, ele comentou sobre o comando alemão dos clubes finalistas. O PSG conta com o treinador Thomas Tuchel, enquanto o Bayern tem o técnico Hans-Dieter Flick.
“O tempo de preparação fez diferença, ainda mais que é uma competição com um formato diferente, em jogo único e de tiro curto. Além disso, a Alemanha forma técnicos há 60 anos, enquanto o Brasil foi formar uma escola há dez anos apenas. Por isso temos tantos treinadores alemães com conhecimento tático e com bom currículo”, disse Parreira.
Foto: Reprodução
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